sexta-feira, 17 de maio de 2013

ÍCARO


Video Gabriela Leite

ÍCARO


Tendo como motor criador e fonte de inspiração o mito do herói grego Ícaro, usado metaforicamente no imbricamento com o autorretrato do artista. É o ponto de partida para a reflexão sobre o contínuo ciclo de vida, morte e renascimento. A montagem propõe o desenvolvimento metafórico do mito “Ícaro” a partir do seu fim. Sugerindo a ideia de que após morrer, tendo a cera das suas asas derretidas por ter se aproximado demais do sol, sobrevive carregando em si mesmo a profunda experiência de conhecer de perto o inacessível e seu valor. Aproximando-o ao homem comum (artista), limitado ao voo da consciência em sua jornada pelas antíteses da infância/velhice, encontros/desencontros, perdas e descobertas diárias, comuns no cenário contemporâneo. Na coreografia, a queda não significa morte, mas renascimento.

Foto João Milet Meirelles
 

As asas


“Nada melhor do que você para falar de si mesmo!” - Pedi a alguém que me ajudasse... Tive esperança que isso acontecesse... Descobri que ajudar é relativo. Identifiquei onde aqueles pesares todos que escoavam estavam indo parar, e por consequência o que causavam. Não gosto dessa sensação, ainda sem certezas, mas já é um bom começo. Se nas minhas costas foram parar acumulados, todo aquele saldo de coisas, todas com suas diversas características... Se for lá onde tudo se processa, que surja então dali mesmo alguma coisa boa... Que depois da metamorfose apareçam as minhas ASAS e me permitam a leveza de sempre, e permitam olhar, gostar, querer, desfrutar, ser e entender o necessário para alçar voo rumo ao que me espera adiante... Permita-me encontrar cuidados necessários para não feri-las jamais, pois sei mais que nunca o seu valor e desejo sempre continuar desde aqui embaixo e por onde passar até lá encima como a primeira que existi. “Um lugar onde possa deixar crescer as minhas asas”.

 

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