OLHOS DE CHUVA
"IMPRO"
Interferência urbana no Marché de Cayenne, abertura do festival. 11ème Rencontres des Danses Metisses, novembro de 2015"
Com Dejalmir Melo, Melissa Figueiredo e Jamildo Gonçalves.
Fotos Ronan Litiére.
corpod'água
Este é um blog criado para compartilhar informações sobre o projeto CORPO D’ÁGUA, criado em 2010. O projeto CORPO D’ÁGUA é um lugar de pesquisas em dança idealizado por Dejalmir Melo para aprofundar o estudo sobre movimento liquido e principio circular .
domingo, 17 de julho de 2016
quinta-feira, 30 de abril de 2015
Ao
adentrar no teatro do Espaço Xisto Bahia, nos deparamos com diversas roupas
estendidas pelo chão. Como se elas estivessem colocadas ali para secar, as
vestes de todos os tamanhos e cores parecem pertencer a uma família, carregando
histórias e cargas afetivas. A campainha toca, o silêncio toma conta do espaço
e o espetáculo começa em um dia de casa cheia pela metade.
Como
num sonho que vai tomando cor e forma, somos invadidos por uma gama de
movimentos fortes que não podem ser vistos claramente. O som dos corpos que
batem entre si e no chão se contrasta com a melodia leve música. Com o aumento
da luz, nos damos conta de que são dois corpos masculinos em cena. Estes se
chocam, se jogam e se completam num fluxo contínuo.
Ao
longo de Umbigo, Dejalmir Melo e Jorge dos Santos mantêm uma força
magnética. Alternando entre contato corporal e performance individual, os
intérpretes passam por momentos que variam entre atração e repulsa, manipulação
ativa e passiva, apoiar e servir de apoio, criando contrastes que preenchem o
espectador com as mais diversas energias. Este jogo coreográfico perdura todo o
espetáculo, numa metáfora que, segundo o release, visa explorar as relações
humanas na contemporaneidade.
Umbigo nos convida a diversas indagações. Ao nascer,
é o cordão umbilical que nos mantém conectados à nossa progenitora. No entanto,
ao mesmo tempo em que sua queda nos proporciona certa independência, seu
rompimento nos deixa o legado da dependência. Vivemos o tempo inteiro em
relação e dependemos de outros para nossa sobrevivência. Outros que não
necessariamente são humanos…
Os
intérpretes também parecem desafiar o estereótipo do gênero masculino. Entre
toques e batidas, surgem momentos de tensão, destacados pela dilatação do
tempo, onde suas bocas e seus sexos se encontram. Que relação é essa? Casal?
Irmãos? Amigos? É realmente necessário colocá-los num modelo, numa caixinha?
Pode um homem se entregar aos seus desejos e perder sua compostura? Questões
pertinentes neste contexto histórico, onde uma bancada evangélica toma as
rédeas de um Estado Laico e uma novela é boicotada por causa da representação
de amor entre duas senhoras.
Umbigo, junto com Malemolência, encerra a Mostra Baiana de Dança Contemporânea do
VIVADANÇA. Em sua segunda edição, a Mostra dá credibilidade e comprova mais uma
vez a qualidade da produção artística baiana. Aqui, santo de casa faz milagre
e, se a casa é de ferreiro, o espeto não é só de pau.
Guilherme
Fraga
Artista
da Dança, Professor da Escola de Dança da FUNCEB e Mestrando do PPG Dança da
UFBA.
Ficha
Técnica: Umbigo
Direção
e Coreografia: Dejalmir Melo (BA)
Interpretação:
Dejalmir Melo e Jorge dos Santos
Iluminação:
Pedro Dultra Benevides
Colagem
musical, figurinos e cenografia: Dejalmir Melo
Categories: Observatório VIVADANÇATags: dejalmir melo, festival vivadança, Mostra Baiana de Dança
Contemporânea, observatorio vivadança, ufba, umbigo, vivadança- See more at:
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sexta-feira, 17 de maio de 2013
ÍCARO
Video Gabriela Leite
ÍCARO
Foto João Milet Meirelles
As asas
“Nada melhor do que você para falar de si mesmo!” - Pedi a alguém que me ajudasse... Tive esperança que isso acontecesse... Descobri que ajudar é relativo. Identifiquei onde aqueles pesares todos que escoavam estavam indo parar, e por consequência o que causavam. Não gosto dessa sensação, ainda sem certezas, mas já é um bom começo. Se nas minhas costas foram parar acumulados, todo aquele saldo de coisas, todas com suas diversas características... Se for lá onde tudo se processa, que surja então dali mesmo alguma coisa boa... Que depois da metamorfose apareçam as minhas ASAS e me permitam a leveza de sempre, e permitam olhar, gostar, querer, desfrutar, ser e entender o necessário para alçar voo rumo ao que me espera adiante... Permita-me encontrar cuidados necessários para não feri-las jamais, pois sei mais que nunca o seu valor e desejo sempre continuar desde aqui embaixo e por onde passar até lá encima como a primeira que existi. “Um lugar onde possa deixar crescer as minhas asas”.
NA RUA
Foto Rein Tilmans
NA RUA
Depois de perambular noite adentro em busca de carinho, calor, comida e arte o bando escolhe um cantinho quente para passar a noite. Ali, gatos, anjos, malabaristas, palhaços e mágicos se unem para que o corpo de um aqueça o corpo do outro. E entre sonhos e sussurros o dia que está para nascer começa a ser definido através da criação destes artistas que têm a rua como palco, picadeiro, a sua Hollywood.
Foto Rein Tilmans
O dia nasce
e com ele uma nova esperança de que o oficio do artista pode ser sim, uma forma
de refletir a vida e a função da arte na vida das pessoas. A arte de ser livre,
a arte de criar possibilidades, a mágica de tornar a vida do outro, mais rica. Naquele
canto, naquela rua, naquela praça histórias serão contadas, compartilhadas e o
bando crescerá a cada noite que cai a cada nascer do dia. Juntos com um só
objetivo: CRIAR!
quinta-feira, 16 de maio de 2013
OLHOS DE CHUVA
Video Gabriela Leite
OLHOS DE CHUVA
Na primeira versão contei com a presença do ator bailarino Marcelo Sousa Brito para o espetáculo no “Tabuleiro da Dança”. E da última vez que fizemos o balé, Allan Feeling também participou da remontagem. Tem lugar pra todos aqui.
Foto Jean Pedro
Foto Jean Pedro
No meio de sua ambiguidade, o amor permite historias diversas com diferentes “princípios” e “fins”, possibilitando uma variedade de reações, desejos e situações de reencontro com o outro e consigo mesmo, nas teias que tecem uma paixão. Nossa grande viagem.
quarta-feira, 15 de maio de 2013
GENTE
Video Gabriela Leite
GENTE
Começamos com 15 min de duração, para apenas uma apresentação, e com a proposta de outra oportunidade, decidimos estender. Realmente o grupo era bem afiado e dava um tom bem especial ao trabalho. Na primeira versão, com imenso orgulho, contei com a participação do bailarino Valdemir Santos.
Foto Vinicius Lima
Em trinta minutos, cinco pessoas se encontram por acaso e involuntariamente são transferidas para um lugar que talvez seja um paraíso que está dentro da cabeça de cada uma delas ou simplesmente é uma realidade distante da de outros que possivelmente gostariam de estar por lá... E é diante desse novo tempo espaço efêmero onde elas desenvolvem uma relação intensa, de confiança, solidariedade e compartilham de seus medos, inquietudes, prazeres e muito amor, como se tivessem encontrado aqueles que a muito desejavam encontrar, seus pares perfeitos, enfim uma historia única e maravilhosa que infelizmente tem tempo determinado para acabar. Então só lhes resta aproveitar e desfrutar dessa oportunidade ao máximo possível, porque depois disso, tudo voltará como era antes e elas jamais tornarão a se encontrar novamente. E continuarão sua caminhada em busca de outros espaços e grandes momentos inesquecíveis para serem vividos, deixados e relembrados depois.
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